Quem também foi na mala de viagem foi a agudense Daniela Damaris, poetisa por condição, já que ela mesma diz que poesia não é escolha. Conheci pessoalmente e é uma daquelas pessoas que gostamos de graça. Até o momento era de graça, agora tem motivo: adorei a poesia dela. Essa escorpiana escreve de forma intensa como não poderia deixar de ser para uma legítima representante desse signo. O livro escolhido foi Cais de Cítara.
Daniela trouxe cor aos dias nublados que passei na Praia do Campeche. Como bem diz a autora: "Acho que estou pra poemas. E quando estou pra poemas, não estou pra mais ninguém. O mundo muda de tom". A identificação com seus versos foi de cara. Difícil destacar só um poema, mas escolhi Arca para compartilhar com vocês.
Arca
aprendi a me deixar ir
sem tristeza nos lábios
poemas de demora papéis guardados
portas fechadas de angústias inúteis
aprendi a me deixar no silêncio
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no intervalo de uns versos cartografados na carne
em notas que dormem saudades
sóis e flores a me dizer às calçadas
baunilha em lenços ao vento de outono
arca de olhares
a amanhecer
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