10 de ago. de 2009

Dois filmes, um link

Dois filmes me fizeram parar pra pensar e fazer uma conexão entre eles. Achei interessante o tema, por que brincaram com algumas vontades nossas. E talvez achem bobagem, mas resolvi compartilhar minhas reflexões. Quantas vezes ouvimos ou mesmo dissemos: - Gostaria de ter a cabeça que tenho hoje, mas com o corpo de 20! ou, - Gostaria de apagar esse acontecimento/pessoa da memória. Pois é, os filmes “O curioso caso de Benjamin Button” e “Brilho eterno de uma memória sem lembranças” mapearam e criaram
todas as situações dessas possibilidades, e mostraram nos telões. No primeiro caso, assistimos como seria doloroso ver todas as pessoas que gostamos partindo enquanto nós rejuvenescemos até o ponto de esquecer quem é importante pra nós. E por falar em esquecer, no segundo caso o protagonista tenta apagar as lembranças de uma relação desfeita e se dá conta de que junto com as lembranças dos momentos dolorosos que quer evitar, também excluirá os momentos bons que teve. No filme essa “limpeza” é feita através de um programa de computador. Esse programa mapeia as áreas do cérebro ativadas pelas emoções que determinadas lembranças causam. Deletar essas lembranças seria um processo de enviar para a lixeira esses momentos causando micro-lesões no cérebro. O engraçado é que nós passamos por esse processo naturalmente sem causar tanta lesão assim. Dependendo do acontecimento essas lesões são mais emocionais e psicológicas, do que físicas. Mas quando a gente se dá conta de que aquela pessoa ou acontecimento cumpriu sua tarefa na nossa vida ou que a gente só supervalorizou uma situação que não fazia sentido, naturalmente ela vai para o purgatório da memória. Decidimos se vale a pena manter essa lembrança como experiência ou nem isso. Interessante como numa cidade pequena nunca encontramos determinada pessoa, mesmo que frequentemos lugares comuns. Num determinado período acontece o encontro e se inicia um relacionamento. Você pensa: - Como nunca encontrei essa pessoa antes? Resposta: Não era o momento. Aí por algum motivo vocês se separam... E como é curioso o andamento da vida... Mesmo estando na mesma cidade e frequentando lugares comuns, vocês raramente irão se esbarrar de novo. De certa forma o destino (ou sei lá o nome que isso tem) deu um jeitinho de apagar a criatura da sua vida, da sua memória, muitas vezes caindo no esquecimento. Depois de um tempo quando perguntarem por ele, capaz até de você virar e dizer: - Quem? Não se surpreenda (hehe). Enfim, as mensagens dos filmes reforçam a lei natural do universo... De que tudo acontece e segue o rumo que tem que seguir. O nosso crescimento físico e emocional está na ordem certa. As nossas experiências, felizes ou dolorosas, colaboram para nossa evolução e não devemos nos livrar delas. Como diz Nando Reis em uma de suas músicas “tudo que acontece na vida tem um momento e um destino”.

Obs: Brilho eterno de uma mente sem lembranças é parte de um poema de Alexander Pope que diz: Feliz é a inocente vestal! Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Toda prece é ouvida, toda graça se alcança.
Fui! ;-)

4 comentários:

ducana disse...

Só assisti "O Curioso Caso de Benjamin Button" - realmente muito interessante o filme. Lembrou-me um texto de Charles Chaplin que dizia que deveriamos nascer velhos e com o passar do tempo ir ficando jovem até morrer num orgasmo... É um exercício muito bom para a nossa saúde, olhar uma obra de arte e refletir com as impressões que nos causam. É sinal que os artistas fizeram uma boa obra e que nós, publico espectador, estamos vivos. Muito legal... Vou procurar o outro filme... Um abraço duCANA.

Stella disse...

Resposta:
duCana
Demorei, mas aqui estou. Antes tarde do que nunca. Que bom amigo, ler um comentário teu. Gosto de qualquer coisa que me faça refletir e me deixe uma pergunta no final. Não conheço o texto do Chaplin, fiquei curiosa. O que seria melhor: morrer num orgasmo ou nascer de um?
Abraço!

Dulce Miller disse...

Dois filmes totalmente diversos mas emocionantes demais pra mim, cada um a seu modo. Tua resenha foi perfeita, chegou a arrepiar no final!!!

AMEI!
Parabéns, guria!!!
Beijos na alma.

Stella disse...

Resposta:
Du!
Sim, dois filmes emocionantes e que me tocaram muito. Obrigada pelo comentário e pela visita. Volte sempre. Bj!