25 de fev. de 2008

Só as mães são felizes!

Terminei de ler o livro “Cazuza – Só as mães são felizes”, de Lucinha Araújo. Poderia ocupar esse espaço pra falar de Cazuza, essa personalidade única de quem eu admiro o trabalho e a coragem. Mas decidi escrever sobre a pessoa que foi tão importante na vida dele e que depois de ler seu depoimento me pergunto de onde essa mulher tirou tanta coragem. Coragem pra enfrentar os pais, em pleno anos 50, pra casar com um cara que a família achava vagabundo. Coragem pra segurar a barra no início do casamento costurando pra fora. O sonho de ter uma família grande e barulhenta se resumiu a um só filho. Depois de Cazuza, o médico disse que ela não poderia ter outros. Então todo o amor se concentrou em um só. O próprio Cazuza diz que se houve erro foi por excesso de amor, mas que ele preferia os excessos que a falta. Cometeu alguns exageros na infância de Cazuza, e talvez em muitos ocasiões tenha enfiado os pés pelas mãos de acordo com sua auto-crítica. Mas qual é a mãe (principalmente a de primeira viagem), que não erra? Ela mesma diz que filho não vem com manual de instrução. O resultado dessa educação, foi um ser extremamente sensível, um artista. Deus sabe o que faz. Ele sabia que esse filho ia dar bastante trabalho. A família barulhenta ela teve de uma vez só... Cazuza fez muito barulho, desde a adolescência até a sua morte, como bom exagerado que era e quem estava por perto vivia as emoções no seu limite. Mas era uma pessoa cativante e carinhosa de acordo com vários depoimentos de familiares e amigos. Lucinha não chorou na frente do filho nenhuma vez desde que soube do diagnóstico de HIV positivo. Não saiu de perto do filho, durante todos os 3 anos em que ele sofreu com a doença. E depois de todo esse calvário ainda teve ânimo para ajudar crianças que sofrem com a mesma doença que levou seu filho. O que, talvez, a maioria quisesse era se distanciar de situações familiares pra poder esquecer. Lucinha não. Três meses depois da morte de Cazuza estava dentro de um hospital ajudando as crianças com HIV. E confessa ter essa coragem toda graças a seu filho, pois não quer decepcioná-lo. A convivência com Cazuza foi um longo e doloroso aprendizado e ela redescobre o filho a cada dia em seus versos, nas crianças que ajuda, nas pessoas que relembram suas músicas e sua história todo momento. O poeta continua vivo! Só quem é mãe pode entender que força é essa que transforma a dor em coragem pra lutar. Só as mães são felizes? Nem todas... Mas essa é a vida.

O Rio de Janeiro continua lindo...

Minhas férias esse ano foi multi-roteiro. Passei as festas e o início de janeiro em Livramento com a família. Dias pra derreter de tanto calor. Revi amigos e curti a Sarandi. Zarpei rumo à Floripa conhecer a mais nova integrante da família, Ludmila (minha prima). Peguei um dia de praia bom e dois com vento, os outros com chuva. Mas o que quero contar aqui é a realização de um sonho antigo, conhecer o Rio de Janeiro. Fiquei hospedada na casa de um amigo na Tijuca. Apesar de também não ter dado muita sorte com clima no Rio, adorei tudo. Já no primeiro dia fomos assistir à peça da Louise Cardoso, Mãe Coragem. Após o teatro nos aventuramos na quadra da Mangueira. Muito legal! Apesar do cansaço deu pra sambar um pouquinho. Adorei aquilo lá, apesar de ser Beija-flor. O pessoal vai pra dançar mesmo. Não vi ninguém de “pegação” pelos cantos. Tudo muito organizado... Pra entrar na quadra desembolsamos 20 pila cada um. Se quiséssemos ocupar uma mesa era 30. Mas o pessoal não parecia estar preocupado, lotou. O samba rolando todo tempo. Dei sorte com os táxis por lá. Segundo dizem, eles gostam de cravar a faca nos turistas, uma tal negociação do preço da corrida de acordo com o lugar de destino. Mas eu peguei só os do bem (hehe), todos botavam o taxímetro pra funcionar. Conheci a Biblioteca Nacional, o Centro de Cultura do Banco do Brasil, o Centro de Cultura da Justiça, o Jardim Botânico, o Palácio da República, Copacabana, Ipanema, a praia da Barra, o Aterro do Flamengo e andei na roda gigante da Skol. Todos os passeios foram legais, mas emoção maior foi andar em Copacabana e Ipanema. E ver um exemplar da flor de lótus no Jardim Botânico. Ah, fizemos um lanche na famosa Confeitaria Colombo e conheci pessoalmente a Melgama, do site Melgama que há muito tempo dou umas espiadas. Lamento não ter visto o Cristo Redentor... Os dias estavam nublados e o preço pra subir era em torno de 45 pila. Entendi porque muitos cariocas não conhecem o ponto mais famoso da cidade e agora uma das 7 maravilhas do mundo. Também vi o famoso pijama do Getúlio Vargas, com buraco do tiro e tudo e a arma que ele usou (isso foi só um comentário). Fui no Fórum Social Mundial, que lá no Rio levou o nome de “Rio com Vida”. Quando andei pelo calçadão de Ipanema me senti a própria garota (hihihi, brincadeirinha...), desde que de boca fechada, pois se abrisse a boca pra dar um oi ou perguntar algo, logo era desmascarada (hehehe). Logo perguntavam: é gaúcha? - Pronto, meu disfarce ia por água a baixo (hahaha). Mas tenho que concordar com o Gil, o Rio de Janeiro continua lindo... O Rio de Janeiro continua sendo... Mesmo com dias nublados. Essa curta temporada no Rio me deixou com gostinho de quero mais... Espero voltar um dia.